quarta-feira, 11 de julho de 2012

 Ele estava deitado no sofá, estava frio. Ela estava no computador. 
— Gordinha. 
— Oi? 
Ele começa a rir. — Nem falei que era você, mas você respondeu. Você não é gordinha. 
— Sou sim, Lucas. 
— Você é gordona, amor. 
— Idiota, magoou. 
— Sério? Vem prá cá, deita aqui no chão.
Ela se vira. — Um namorado normal chamaria a namorada para deitar no sofá, mas você me chama pra eu deitar no chão frio. — Ela ri. 
— Amor, o sofá é pequeno, não cabe eu e você. Você tá gordinha. 
— Para Lucas, vou chorar. — Ela joga um travesseiro nele. 
— Gorda.
— Para. 
— Gordinha. 
— Idiota, para. 
— Gordona. 
— Cala a boca, Lucas. 
— Minha gostosa. 
— Não quis dizer gorda? 
— Não, quis dizer gostosa mesmo. 
— Entendi. 
Eles ficam em silêncio. 
— Babi. 
— Oi, obeso. — Ela ri. 
— Ah é? Esquece o que eu ia dizer mesmo. 
— Para amor, diz. 
— Eu não, tô magoado. 
— Eu também. 
Eles voltam a ficar em silêncio. 
— Babi. 
— Oi, Luc. 
— Vem deitar aqui, amor. 
— Eu não, você disse que não cabe eu e você nele. 
— Eu sei, e não cabe. 
— Então pra quê quer que eu vá?
— É bom ficar agarradinho, coladinho, pertinho de você. 
— Por eu ter o que apertar? 
— Não, por eu sentir que tenho o meu mundo envolvindo em meus braços. 
Ela sorri. — Mesmo? 
— Mesmo, e você também tem cheirinho bom. 
— Sabia, o romantismo acabou. 
— Vai vir ou não? — Ele ri. 
— Só se me chamar de amor e dizer que me ama. 
— Amor, eu te amo. — Ele para. — Vem logo, gordinha. 
Ela sorri e vai em direção ao sofá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário