quarta-feira, 11 de julho de 2012

 — Vai fazer o quê hoje, Babi? 
— Não sei, acabei de ver um filme lindo amor. 
— Que filme, mô? 
— Não sei o nome. 
Ele ri. — Novidade. 
— Idiota, eu esqueci. 
— Me diz uma coisa que você não esquece. 
— Você. — Ela ri. 
— Jura? Qual meu nome? 
— Eu sei né amor, Alfredo. 
Ele dá uma gargalhada. — Idiota, vem cá então, Jociara. 
Ela ri. — Idiota. 
— Idiota. 
— Idiota. 
— Cansei, Babi. 
Ela comemora. 
— Dá pra me dizer como foi o filme?
— Ah, tinha um casal, amor. E ele levou ela em uma praia e eles ficaram lá, deitados contando estrela. Ai eles comeram e ela fez a comida que ele mais ama. Foi lindo. 
— Clichê demais. 
— Olha quem fala, você já me ligou de madrugada e cantou. Clichê também. 
— Mas foi verdadeiro, e filme não é verdadeiro. Eles ganham para amar. E eu não ganho nada para te amar. 
— Nada? Nada mesmo? 
— Desculpa, você já colocou crédito no meu celular. — Ele ri. 
— Idiota. 
Eles ficam em silêncio. Ela acaba dormindo. Ele fica sentado e ao se passar uma hora, já se dava para ver estrelas no céu. Ele vai até o sofá onde ela estava dormindo, a segura pela perna e vai em direção ao jardim. 
A coloca deitada no chão e deita ao seu lado, esperando a hora que ela acordasse. 
— Lucas? 
— Oi. 
— Como fui parar aqui? 
— Te peguei no colo.
— E porque? 
— Não dava para ver estrelas lá de dentro, tinha o teto. 
Ela sorri. — Você disse que era clichê. 
— Amar é clichê, Babi. 
— E mesmo assim você ama? 
— E mesmo assim eu te amo.
Ela o olha e o beija.
— Então tá, agora a gente faz o que Babi? 
— Olha para as estrelas. 
Ele fica em silêncio. 
— Lucas. 
— Oi, amor. 
— Tá gostando? 
— É legalzinho, mas não muda nada. 
— Também acho, mas no filme eles gostavam. 
— Porque era filme, amor. 
— Ah, vamos ficar aqui. 
Ele fica novamente em silêncio. 
— Babi. 
— Oi, Luc. 
— Quer ir lá pra dentro jogar vídeo game? 
— Só se eu ficar com o controle sem fio. 
— Ah não, para. 
— Então não. 
— Babi. 
— Oi, amor.
— Para de ser chata, vamos logo. — Ele levanta. 
— Me carrega? 
Ele sorri, abaixa e a pega no colo. 
— Posso escolher o jogo, Luc? 
— Não abusa, Babi. Não abusa. 
Ela sorri e o bate. — Idiota.

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